Considerada a maior estância hidrotermal do mundo, a cidade goiana tem em suas águas termais o seu maior ponto alto. No entanto, é muito mais dos que um paraíso de águas termais quentinhas: é uma terra habitada por inestimáveis encantos e absoluta magia.
Por Fabíola Musarra
Caldas Novas é mágica. Quer pelos milagres que suas águas termais realizam para quem busca tratamentos medicinais, terapêuticos e estéticos, quer pelo simbolismo de seu Jardim Japonês. Mas, a cidade é mágica, principalmente e sobretudo, pelo jeito encantador e cativante de sua gente.
A cidade situada no coração do Brasil, em pleno cerrado do Estado de Goiás, não é uma megametrópole. Tampouco é um “vilarejo”. Com uma população estimada em mais de 100 mil habitantes, oferece excelente estrutura hoteleira, restaurantes com cardápios elaborados para agradar a todos os paladares e animadas baladas noturnas, além de diversos atrativos naturais e culturais.
A principal vedete desta sedutora cidade, sem dúvida alguma, são as águas termais. Elas brotam do chão em temperaturas que variam de 20º a 58º C. E podem ser desfrutadas em grande parte dos hotéis locais, nas piscinas, nos tobogãs e em muitas atrações de seus clubes e parques aquáticos.
O diRoma Acqua Park é um deles. Disponibiliza piscinas termais (incluindo a com ondas, a coberta e as infantis), tobogãs, vulcão, navio pirata, Acqua Racer, jogos eletrônicos, playground, lazer monitorado, restaurante, lanchonete, sorveteria e muitos outros “brinquedos” para crianças e adultos.
Sinônimos de diversão garantida também são o Lagoa Termas, o Water Park e o Clube Privé. Com piscinas termais, escorregador gigante, área infantil, restaurante e camping, o primeiro fica a 6 km do centro da cidade, numa extensa área verde abraçada pelos encantos da exuberante mãe-natureza.
Neste parque, também conhecido como Lagoa Quente, é possível aprender lendo as placas explicativas distribuídas pelos seus jardins como a região foi “encontrada” em 1722 por Bartolomeu Bueno da Silva, filho do bandeirante Anhanguera.
Também é possível conhecer uma réplica que reproduz a curiosa história de como as águas termais foram descobertas por outro bandeirante, Martinho Coelho da Siqueira, em 1777. Em seu interior fica ainda o Poço do Queima Ovo Quente. Suas águas termais chegam a 58º C e literalmente são capazes de cozinhar ovos.
Protagonistas – Já o Water Park situa-se na área destinada ao setor hoteleiro de Caldas Novas, onde, como o próprio nome diz, concentra-se a maioria dos hotéis da cidade. Este parque temático também disponibiliza piscinas termais (incluindo a de ondas), rio lento, escorregador gigante, área infantil, bar molhado, loja de conveniência e restaurante.
Com infraestrutura semelhante, o Clube Privé, da Rede Privé de Hotéis, oferece diversas piscinas termais e toboáguas, ofurô, espaço zen, sauna, duchas termais, equipe de monitores, pizzaria, lanchonete e sorveteria, entre outras mordomias.
Um pouco mais distante estão o Náutico Praia Clube (fica a 9 km do centro, às margens do Rio Corumbá) e o Hot Park (localiza-se em Rio Quente, a 27 km de Caldas Novas), ambos com incontáveis e diversificadas atrações aquáticas.
O primeiro, por exemplo, disponibiliza um imperdível passeio de escuna e diferentes atividades náuticas, enquanto o segundo abriga a linda Praia do Cerrado, com “areias branquinhas” e praia com águas quentes naturais, além de incontáveis aventuras aquáticas. Para os fãs de adrenalina, oferece ainda passeios de caiaque, rapel, tirolesa, mergulho ecológico e hot fly.
As águas termais não só são as principais protagonistas de Caldas Novas como também desempenham papel de destaque no que diz respeito à economia local. Afinal, são elas que atraem cerca de quatro milhões de turistas por ano, provindos principalmente dos Estados de São Paulo e Minas Gerais.
“O turismo responde por 70% do PIB da cidade”, diz Ivan Garcia Pires, secretário municipal de Turismo. Para recepcionar a um número tão expressivo de turistas, Caldas Novas, atualmente, conta com uma oferta de 140 mil leitos, tem mais outros 37 mil leitos em construção e chega a ter 75% de ocupação na alta temporada.
“As termas, as piscinas com águas medicinais com propriedades terapêuticas e a estrutura de lazer de nossos complexos hoteleiros, parques aquáticos e clubes são os principais motivos de tantos turistas virem visitar a nossa cidade”, explica Marcos Faria, presidente do Caldas Novas C&VB.
“Temos o maior lençol hidromineral do mundo. Ele está absolutamente preservado. Hoje, nossa cidade possui cerca de 160 poços e há 15 anos aqui não são perfurados novos poços”, acrescenta Faria.
Postais – As águas são tão importantes para Caldas Novas que até foram transformadas em um de seus principais postais: o Monumento às Águas Termais. Escultura permeada por cascatas, lagos e caprichados jardins, fica bem na entrada da cidade.
As águas também estão presentes na bonita Praça Mestre Orlando, a principal da cidade, onde estão concentradas a fonte do chafariz e a Igreja Nossa Senhora das Dores. Erguida em 1850, a Matriz é considerada a construção mais antiga do centro de Caldas Novas.
Espalhados no entorno da praça multiplicam-se barzinhos, casas noturnas, choperias e restaurantes, incluindo os que oferecem a autêntica gastronomia goiana, como a galinhada e diversos pratos preparados com pequi. As delícias típicas desta terra incluem ainda refeições produzidas com guariroba, os peixes na telha e na brasa e os famosos empadões.
Também é no centro que acontece a burburante Feira do Luar nas noites de sábados, domingos e segundas-feiras, a partir das 18 horas. Com mais de 150 barraquinhas espalhadas em uma área de mais de mil metros quadrados, a feira reúne um pouco de tudo, desde artesanato e roupas até cachaças, petiscos, refeições rápidas, doces e guloseimas típicas da região.
Os doces e as cachaças, aliás, são outros carros-chefe de Caldas Novas. Na tradicional Casa Empório Maria, os doces e as geleias de diferentes cores, aromas e sabores são produzidos artesanalmente e o visitante pode acompanhar todo o processo de produção de sua cozinha de impecável limpeza. Entre as tentações, ambrosia, doce de leite com pequi, com baru e de jenipapo.
O mesmo acontece na sede da Cachaçaria Vale das Águas Quentes, onde é possível testemunhar a produção das cachaças artesanais e comprar uma (ou várias delas) e licores exóticos, além de doces caseiros, produtos de cana (rapadura e melado), cerâmicas e artesanato. Ali, além de conhecer o Museu da Cachaça, o visitante pode ainda experimentar o sorvete ao forno, outro dos pontos altos da culinária local.
Cenários – Para quem gosta de conviver com a natureza, a cidade reserva duas boas surpresas: o Lago Corumbá, um imponente tapete de 65 quilômetros quadrados de águas frias e cristalinas e 100 km de extensão onde é possível praticar esportes náuticos, pescar e passear de barco. Ou, simplesmente admirar a hipnotizante beleza do cenário.
O outro endereço é o Parque Estadual de Caldas Novas (Pescan), a 3 km do centro da cidade. Guardião do precioso manancial de águas termais tupiniquins e reserva de proteção da biodiversidade do cerrado, conta com três trilhas: a da Cascatinha (mais curta), a Trilha do Paredão (intermediária) e Trilha Asa Delta, a mais difícil.
Apesar dos tesouros que esconde em seu interior, o parque não tem infraestrutura – funciona com pouquíssimos funcionários e quase sem recursos, além de não ter lanchonete nem restaurante. Assim, o visitante que pretender percorrer suas trilhas deve se precaver e levar água e alimentos, além de protetor, boné e óculos de sol.
Para os adeptos da filosofia zen e da meditação, a dica é sentir a energia contagiante do Jardim Japonês, inspirado nos jardins dos templos budistas. Em seu interior, pontes, árvores, chafarizes, dragões e demais elementos atestam toda a simbologia da cultura oriental. As tamareiras, por exemplo, representam os amigos; os cactus, os inimigos…
É possível contratar guias na entrada do local. No trajeto, os profissionais explicam o significado de cada um dos elementos ali existentes. Instalado na sede de uma antiga fazenda, o Jardim Japonês preserva ainda objetos e instalações dos tempos da colonização, como uma das casas mais antigas de Caldas Novas, moendas, rodas d’água e carros de boi, só para citar alguns.
Para os mais devotos e adeptos do turismo religioso, a cidade oferece o Santuário Nossa Senhora da Salete. Situado aos pés da Serra de Caldas Novas, este emblemático templo de fé, circundado pela verde e exuberante vegetação do cerrado, é o endereço perfeito para quem busca a paz interior e momentos de serenidade.
Caldas Novas possui ainda casarões e construções históricas, museu, shopping center, multicoloridas lojas e um divertido trenzinho turístico. É, enfim, um pedacinho do Brasil de absoluta graciosidade e um irrecusável convite para quem ali chega “entrar por suas portas” e conhecer todos os seus encantos e magia.
* A jornalista viajou a convite da Assimptur – Assessoria de Imprensa e do Caldas Novas C&VB