Onça é a vedete do turismo de observação no Pantanal

Felino chama atenção pela fotogenia e beleza Marcos VergueiroO felino chama atenção pela fotogenia e beleza, além de ser ativo, o que possibilita fotografias fantásticas. Foto: Marcos Vergueiro

 

Por Caroline Rodrigues/Sedec-MT

 

A onça é o animal mais cobiçado pelos fotógrafos profissionais e amadores que procuram o Pantanal Mato-grossense para fazer o turismo de observação. Ela é uma modelo completa. Tem momentos intercalados entre o descanso, com movimentos preguiçosos, e entre performances repentinas, que precedem à caça ou que simplesmente são uma brincadeira. Um comportamento que exige controle emocional do turista. Se estiver mal preparado, pode perder o clique que seria memorável.

De acordo com o setor hoteleiro, esse tipo de turismo é rentável, coerente com as regras de sustentabilidade e conquista cada vez mais espaço no Pantanal, despertando, inclusive, a atenção dos pecuaristas mais tradicionais, que estão transformando as fazendas em pousadas.

Segundo o Trade do Turismo, apenas a região de Porto Jofre (MT) teve ganhos de aproximadamente US$ 7 milhões no ano passado com o turismo de observação e o de pesca. E, a expectativa dos empresários é ampliar ainda mais o mercado.

O animal é visto nas margens dos rios do Estado brasileiro, principalmente no período de estiagem. Foto: Marcos Vergueiro

 

Cada visitante costuma ficar de quatro a seis noites na região, tanto para praticar a pesca como para observação. Neste período, os profissionais fazem de tudo para que eles voltem para casa com a melhor experiência possível, se tornando divulgadores das atrações locais.

As instalações têm todo o conforto e equipes treinadas de guias, alguns bilíngues e trilíngues. Pilotos de barco e assistentes pegam os hóspedes na pousada e seguem pelos rios. Os grupos se comunicam via rádio e, quando um animal aparece na margem, logo a informação se espalha.

Segundo o diretor de uma das pousadas, André Von Thuronyi, as qualificações são constantes para garantir principalmente a segurança do visitante, que recebe todas as instruções e sempre é posicionado em um ponto adequado para conseguir as melhores fotos sem comprometer a sua integridade física.

Von Thuronyi explica que os estrangeiros que mais visitam a região são os norte-americanos, seguidos pelos ingleses, que foram responsáveis pela massificação do termo safári pelo mundo. Eles copiaram o termo da etnia Zulu, que no dialeto africano significa dar uma volta.

O empresário conta que o Brasil é o país fora da África mais procurado para esse tipo de turismo, que consiste em observa e retratar. “E a onça é sem dúvida o animal que mais desperta o interesse. Afinal de contas, ela é o terceiro felino do mundo no quesito força, perdendo apenas para o tigre e o leão. Porém, desponta em relação a fotogenia e atividade, o que a difere dos demais”.

Von Thuronyi acrescenta que existem turistas que já visitaram o Pantanal Mato-grossense oito vezes, para retratar o animal e que, em cada dia de estadia, gastaram no mínimo US$ 350 por pessoa. O valor inclui a diária, o transporte de barco e os guias.

Além do felino, outras espécies chamam a atenção dos turistas brasileiros e estrangeiros que buscam uma experiência que renda cliques inesquecíveis. Marcos Vergueiro

 

Mais mercados

O secretário adjunto de Turismo de Mato Grosso, Jefferson Moreno, explica que o Governo do Estado pretende atuar em duas frentes para fomentar ainda mais o turismo de observação na região. A primeira delas é com a melhoria do acesso, dando sequência as obras para troca de pontes de madeira em concreto por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo Sustentável de Mato Grosso (Prodestur).

A outra medida será a participação em feiras e eventos para a divulgação dos atrativos. Moreno esclarece que no primeiro momento, o governo está reorganizando o calendário e atendendo as restrições do momento de contingenciamento. Porém, já se prepara para retomar as ações nesta frente.

“O Pantanal chama atenção dos turistas o ano inteiro. De outubro a março, as planícies ficam alagadas e a paisagem é belíssima. Ainda há oportunidade de observar as aves em seu ciclo migratório. E, no restante do ano, os animais são visíveis à margem dos rios e as árvores ficam verdes e floridas. Um cenário que só se vê aqui”, afirma o secretário.

 

O profissional

O fotógrafo Marcos Vergueiro retrata a rainha do Pantanal há décadas e afirma que a boa foto depende antes de tudo de paciência e prudência. Ele recorda de vários ataques do felino, mas relata que na maior parte deles, o grupo tinha invadido o espaço do animal ou mexido com os filhotes. “Ela não gosta de movimento e prefere ficar longe dos humanos. Agora, quando está com filhotes, a agressividade da mãe é dobrada”.

Para quem pretende fotografar a onça, Vergueiro aconselha que a pessoa esteja sempre acompanhada por um guia e respeite as instruções, além de estar munida de uma lente teleobjetiva de no mínimo 300 mm. “O turista deve ter sorte para achar o felino e manter distância. Nunca dar as costas e sempre estar acompanhado por um guia experiente. O animal só ataca quando se sente ameaçado, estiver com filhote ou com caça”.

 

Texto reproduzido do blog Turismo Rural de Geraldo Lúcio

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