Terra mágica onde o Brasil foi descoberto em 1500 e onde está latente a herança cultural dos índios, negros e portugueses que o colonizaram, este fascinante Estado do Nordeste tupiniquim reserva gratificantes surpresas para quem decide desvendá-lo.
Por Fabíola Musarra
Foto: Pixabay
A Bahia é o endereço perfeito para o viajante que quer desfrutar de conforto e dos serviços disponíveis nas metrópoles, incluindo bares e restaurantes com pratos típicos e cardápios da gastronomia internacional. Terra mística onde a cultura afro-brasileira ecoa ainda mais alto, o trecho que segue a partir da capital de Salvador em direção Norte até Sergipe abriga hipnotizantes paisagens e incríveis resorts, pedacinhos de paraíso perfeitos para curtir um dolce far niente.
O Grand Palladium Imbassaí Resort & SPA é um deles. Distante menos de 70 km do aeroporto de Salvador, o empreendimento é uma verdadeira miniatura de cidade. Possui 11 vilas (entenda-se prédios de três andares) e 654 suítes com varanda. Posicionados ao redor da piscina principal, os blocos espalham-se em uma área de 57 mil m2, onde o sol quase sempre presente em solo baiano, os incontáveis tons de verde e o azul do céu e do Oceano Atlântico inexoravelmente ocupam um lugar de destaque.
Foto: Tripadvisor
Não é por acaso. O resort com padrão de cinco estrelas está localizado na região conhecida como Costa dos Coqueiros, no Litoral Norte da Bahia, na pequenina cidade de Imbassaí e a aproximadamente 6 km de seu centro. Ocupa uma imensa área de preservação ambiental, por onde se revezam mar, praias virgens, dunas, mangues, rio e a exótica vegetação da Mata Atlântica.
Em suas imediações localizam-se cantinhos de puro sonho e poesia. Para os hóspedes que desejam conhecê-los, o Grand Palladium Imbassaí disponibiliza tours turísticos pela belíssima região e a locação de automóveis. No lobby do hotel, profissionais da CVC Viagens e Turismo, aqui conhecida como Grou Turismo, comercializam e agendam passeios opcionais, muitos deles com uma ou mais saídas diárias e duração variada. Não faltam, aliás, recantos cinematográficos no entorno do resort.
Foto: Panoramio
A Praia do Forte, a 17 km de Imbassaí, é um deles. Situada no município de Mata de São João, o vilarejo é bem parecido com a badalada Búzios, no Rio de Janeiro. Com descolados barzinhos, restaurantes, cafés, lojas e pousadas, oferece passeios em divertidos “carrinhos” vermelhos – veículos não circulam ali. Conhecidos como bicitáxis ou tuk-tuks, são conduzidos por motoristas que pedalam uma bicicleta, levando os turistas pelas ruas limpinhas e permeadas por coloridos jardins.
Praia do Forte – Bahia – Esta foto e a acima: Eduardo Moody
Na praça em frente à Praia do Porto, a antiga Capela de São Francisco de Assis se exibe. Esguia, “observa” os coqueiros e a imensidão do mar, com suas piscinas naturais quentinhas e repletas de peixinhos multicoloridos e ouriços, também conhecidos como pinaúnas. Para mergulhar com snorkel em suas águas azul-esverdeadas, é recomendável contratar um guia local – também a CVC oferece essa fantástica aventura marinha.
Praia do Forte, Linha Verde (Costa dos Coqueiros), Bahia. Foto: Eduardo Moody
A poucos passos da igrejinha fica um dos mais legais e instrutivos atrativos da cidade: o Projeto Tamar. Em seu interior, é possível aprender bastante com as explicações dadas pelos biólogos e pelos monitores nas visitas guiadas. Impossível também é não se enternecer ao entrar com contato com os seus habitantes, desde os filhotinhos de tartarugas marinhas até o primeiro macho a viver na entidade.
Extremamente machucado e sem a menor possibilidade de ser devolvido ao mar, o seu lar natural e um lugar onde jamais conseguiria resistir aos “perigos” e aos predadores humanos e os do mundo animal, o macho foi recolhido, tratado e “curado”. Hoje, passados 29 anos desde a sua chegada, continua recebendo da equipe do Tamar o carinho e todos os cuidados necessários à sua sobrevivência.
No Tamar também pode-se conhecer um pouco mais sobre como vivem as sete espécies de tartarugas marinhas do planeta, aprendendo, por exemplo, como e onde elas nascem, como crescem e se reproduzem, quantos anos vivem e por onde trafegam e desovam – cinco dessas espécies frequentam o litoral brasileiro: a verde, a de pente, a oliva, a cabeçuda e a de couro (a de kemp e a marinha australiana não vêm para cá).
Todas as sete espécies existentes no mundo estão ameaçadas de extinção. Um dos motivos é que as tartarugas não sabem o que comer. Muito menos distinguir se o “alimento” que estão comendo é plástico, vidro e outros resíduos lançados no mar pelo ser humano. O resultado é que a maioria delas morre e em seu estômago é encontrado intacto o lixo jogado pelo homem nas águas dos oceanos.
O pessoal do Tamar, porém, faz de tudo e não mede esforços pela preservação das tartarugas que desovam e também pelas que apenas visitam no litoral baiano. Sobretudo, no período compreendido entre setembro a março. É quando as fêmeas chegam à Praia do Forte, deixando centenas de ovos nas areias. Apesar de serem muitos, a maioria dos filhotes não sobrevive.
Morrem atropelados por carros, devorados por predadores do reino animal e por outras intempéries. Para impedir que isso aconteça, é preciso redobrar o trabalho e supervisionar e proteger os ninhos, ajudando ainda os dóceis e frágeis filhotes a chegarem com segurança ao mar (em algumas praias, muitos deles seguem em direção à iluminação artificial das ruas, onde são atropelados ou pisoteados).
As tartarugas marinhas não são ingratas. Nem se esquecem do calor com que foram acolhidas em solo brasileiro. Anos mais tarde, quando chegam por volta dos 25 anos de idade, data aproximada em que começam a se acasalar, retornam à praia baiana para desovar seus ovos, num ritual mágico orquestrado com sabedoria pela mãe-natureza.
Nem só as tartarugas marinhas são protegidas pelo Tamar. A entidade abriga ainda um aquário com tubarões-lixa, outra espécie que circula em águas brasileiras e também está ameaçada de extinção. Inacreditáveis seres abissais, habitantes das profundezas escuras dos oceanos, também podem ser conhecidos nas visitas guiadas do projeto.
Com um visual diferente e nada parecido com os peixes que conhecemos, essas figuras encontram-se no Submarino, atração que é cobrada à parte e onde somente entram 12 pessoas de cada vez. “Para não expor esses animais ao barulho e à iluminação artificial, ainda que pouca, inexistente no habitat natural delas, procuramos restringir o número de visitantes e o de visitas diárias”, explica o biólogo do Tamar.
Tesouro nacional – Ainda na Praia do Forte, em Mata de São João, ficam as ruínas da Casa da Torre de Garcia d’Ávila. Tombado pelo Iphan em 1937, o castelo, ou a Casa da Torre, é considerada como a primeira edificação portuguesa de arquitetura residencial militar no Brasil, constituindo-se em um dos principais monumentos do patrimônio histórico e cultural brasileiro.
O castelo em estilo medieval foi a sede de uma gigantesca sesmaria, possivelmente a maior do País. Estava instalada em terras que se estendiam do Estado da Bahia até o do Maranhão, uma superfície equivalente a 1/10 do território brasileiro e correspondente às áreas, somadas, de Portugal, Espanha, Holanda, Itália e Suíça.
Começou a ser construído em 1551, sendo concluído quase um século depois, em 1624, quando a hoje chamada de Capela de Todos os Santos deu origem à sede. Foi erguido a mando de Garcia d´Ávila (1528/1609). Este português nascido em Rates chegou à Bahia em 1549, com o primeiro governador-geral, Thomé de Souza, ocupando os cargos feitor e almoxarife da Coroa Real de Salvador e da Alfândega.
Posteriormente, d’Ávila recebeu as sesmarias em Itapagipe, Itapuã e Tatuapara, onde começou a erguer uma torre, em 1551. A Torre Singela de São Pedro de Rates, como foi batizada à época, foi um estratégico posto de observação, defesa e sinalização para os navegadores. Era lá, no alto dela, que funcionava o primeiro sistema de comunicação à distância do Brasil.
Baseado na utilização e na sinalização de chamas (almenara), este eficiente sistema de comunicação era capaz de avisar, por exemplo, a aproximação de navios, invasores e piratas para a primeira capital do Brasil Colônia, a cidade de Salvador. Vale lembrar que a capital baiana está localizada a 80 km de distância do castelo.
Garcia d’Ávila não teve filhos com a esposa Mécia Rodrigues, mas sim com Francisca Rodrigues, uma índia tupinambá. Por sua vez, a filha do casal, Isabel d’Ávila, depois de ficar viúva, se casou com Diogo Dias, neto de Caramuru. Com essa e outras futuras uniões nasceram sucessivamente os herdeiros da Casa da Torre. Um deles, Francisco Dias d’Ávila, expandiu ainda mais os seus domínios. O castelo foi propriedade da família d’Ávila por dez gerações e quase três séculos.
Durante todo esse período, a Casa da Torre desempenhou importante papel na história da colonização e da defesa do Brasil. Em 1835, com a extinção do regime dos morgados (previa que os domínios senhoriais das famílias nobres eram inalienáveis e indivisíveis, sendo transferidos nas mesmas condições aos filhos primogênitos), o castelo foi abandonado e tornou-se uma grande ruína.
No agreste – Depois da aula de história, uma boa pedida é saborear uma gostosa refeição. Na Praia Porto de Guarajuba, um pouco mais ao sul da Praia do Forte, o Bar do Carlinhos tem irresistíveis pratos e petiscos, a maioria deles elaborados à base de peixe e de frutos do mar. Moqueca de badejo, lagosta, moqueca de camarão com polvo, caranguejo e casquinha de siri são alguns exemplos.
Praia Porto de Guarajuba – Foto: Tripadvisor
É comandado por Carlos Canuto, um sorridente sergipano que há 55 anos adotou a Bahia como lar, e seu filho Tiago. Além tentações gastronômicas e da vista privilegiada da lindíssima praia baiana, o bar tem impecável e carinhoso atendimento. Está instalado em frente à praia, no distrito de Monte Gordo, que pertente ao polo industrial de Camaçari.
Mangue Seco – Foto: Rita Barreto – Setur
Seguindo a Linha Verde, como chama a estrada que liga a Bahia a Sergipe e as cidades da Costa dos Coqueiros, outro imperdível passeio é Mangue Seco, a penúltima praia no extremo Norte do litoral baiano. Distante 115 km de Imbassaí e situada no município de Jandaíra, às margens do Rio Real, na divisa da Bahia com Sergipe, a cidadezinha ficou famosa por sediar as gravações de “Tieta”, novela global inspirada no romance “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado.
Mangue Seco – Foto: Tatiana Azeviche
O pequeno povoado, acessível por um barco que atravessa o sergipano Rio Real até encontrar-se com o baiano Rio Piauí, preserva o modo de vida simples de seus moradores. Com a maioria das ruas de areia e pouquíssimas asfaltadas por pedras, abriga coloridas casinhas, jardins caprichados e praias de beleza agreste, repletas de coqueiros e dunas branquinhas.
Mangue Seco – Foto: Tatiana Azevich
Pode-se deslizar sobre esses bancos de areias e conhecer as atrações das praias do lugar em um bugue. O passeio pode ser contratado na cooperativa de bugueiros da vila e também está incluso no opcional oferecido pela CVC. Na cooperativa são oferecidas três opções: o tour de 15 minutos e duas paradas, uma na praia onde foi gravada a novela da Rede Globo.
Mangue Seco – Rita Barreto – Setur
O outro passeio segue até os coqueiros Romeu e Julieta. Há ainda o trajeto médio, com duração de 40/45 minutos, além do tour completo. Este último percorre 6 km de praias selvagens, tem cinco paradas e dura 1h/1h30.
O resort – Com cenários desenhados com esmero pela natureza, o Grand Palladium Imbassaí Resort & SPA é ainda sinônimo de conforto e comodidade. Possui cinco piscinas, sendo que uma delas tem cinco hidromassagens, além de quadras de vôlei de praia, de basquete, de tênis e de pádel. Abriga ainda campos de futebol society e de golfe, salão de jogos e clubes direcionados especificamente para o atendimento de bebês, crianças e adolescentes, só para citar algumas mordomias.
Diversificada programação diária de atividades de recreação acompanha o menu de serviços do complexo, desde as feitas por monitores com garotada, passando pela adrenalina proporcionada pelo caiaque e stand up padle no Rio Imbassaí, bodyboard, surfe, windsurfe e kitesurfe, até cursos de mergulho e para aprender estes três últimos esportes. Para os menos radicais existem opções, como a pesca, o arborismo, as cavalgadas e os passeios de jipe.
Todas as noites são realizados espetáculos teatrais e shows de música ao vivo para todas as idades. As apresentações acontecem em diferentes espaços do lobby do hotel. É ainda nessa área que ficam a recepção 24 horas, as lojas, a farmácia, a discoteca e alguns dos bares do complexo. Ao todo, possui 13, incluídos os de piscinas e o da praia.
Em qualquer um deles, o hóspede pode saborear petiscos, comer e beber à vontade, já que o resort trabalha com sistema all-inclusive – também as bebidas dos frigobares das suítes são diariamente repostas sem qualquer custo adicional. Quem sente fome à noite pode saciar o apetite em alguns dos bares que ficam abertos 24 horas. No almoço, três restaurantes (um fica na praia) oferecem fartos e variadíssimos bufês.
Já a noite é difícil decidir onde jantar. São seis restaurantes, entre os que trabalham com os bufês e os especializados em pratos da culinária mediterrânea, japonesa, italiana, hindu, baiana e gaúcha. Dietas especiais também são preparadas para aqueles que têm restrições alimentares, para os vegetarianos, diabéticos… Para isso, basta comunicar o fato na hora de fazer o check-in.
Para quem está de olho no vaivém dos ponteiros da balança e também para quem apenas quer relaxar ou simplesmente cuidar do visual, o empreendimento disponibiliza fitness e um SPA infantil e para adultos, com duchas de imersão, banhos terapêuticos e tratamentos faciais e corporais. Entre eles, a cromoterapia, a hidroterapia, o Pilates e as saunas quente e úmida.
Com 16 salas, o Zentropia, como é o nome do SPA, conta ainda com salão de beleza, com manicures, pedicuros, maquiadores e cabeleireiros, além de piscina com hidromassagem e academia com personal training. Para a meninada de quatro a 14 anos, oferece hidratação de pele e de cabelo, penteados e tatuagens com henna. Para usufruir dos serviços do SPA, é preciso agendar com antecedência. Todos são cobrados à parte.
Como atração a mais, o complexo oferece um transporte gratuito que remete qualquer passageiro à infância. São simpáticos carrinhos que conduzem o hóspede pelo seu interior e até à praia. Também é possível chegar até ela, observando o encontro do Rio Imbassaí com o mar, em uma caminhada de dez minutos sob uma ponte de madeira, que na realidade é um passaporte que dá direito a ver deslumbrantes paisagens e a ouvir incríveis sons da fauna nativa.
Mordomias à parte, o certo é que Mangue Seco, Praia do Forte, Praia do Porto de Guarajuba são apenas algumas das estrelas brilham nas imediações e no interior do Grand Palladium Imbassaí. Vale muito a pena conhecê-las. O resort e a CVC oferecem pacotes que podem ser parcelados em até 12 vezes sem juros. Planeje a sua viagem, arrume a malas e desfrute das cores e dos sabores da Bahia. Bom deleite!
SERVIÇO
Grand Palladium Imbassaí Resort & SPA – Primeiro empreendimento all-inclusive de luxo do Palladium Hotel Group no Brasil. Suas 654 acomodações possuem sofá-cama, uma cama king size ou duas camas queen size, banheiros com ducha, banheira de hidromassagem, secador e espelho de aumento.
Estão equipadas ainda com ar-condicionado, ventilador de teto, frigobar, balde para gelo, cafeteira, balança, cofre digital, telefone, televisão a cabo, wi-fi, MP3 player com despertador e ferro e tábua de passar roupa.
O complexo, em parceria com a CVC Viagens e Turismo, está oferecendo pacotes com sete noites de duração para as férias de janeiro, com passagens aéreas e traslado aeroporto/resort/aeroporto inclusos. Fica na Rodovia BA 099, km 65, s/nº, Imbassaí, tel. (71) 3642-7272, www.palladiumhotelgroup.com/pt/bahia/grand-palladium-imbassai-resort-spa.
CVC Viagens e Turismo – Sites www.cvc.com.br e www.grou.com.br.
Projeto Tamar – Av. Farol Garcia D’Ávila, s/nº, tels. (71) 3676-0321 e (71) 98127-2010. Aberto diariamente, das 8h30 às 17h30.
Castelo Garcia D’Ávila – É administrado pela Fundação Garcia d’Ávila. Av. do Farol, 1.540, Praia do Forte, Mata de São João, tel. (71) 3676-1133, site www.fgd.org.br. Informações também podem ser obtidas em www.casadatorre.org.br/historia.htm.
Castelo Garcia D’Ávila – Praia do Forte – Bahia – Brasil – Foto: Portomar Passeios Turísticos
Bar do Carlinhos – Especializado em peixes e frutos do mar. Possui uma estrutura de 350 m2 de área coberta e acesso e atendimento na areia da praia, oferecendo ainda fraldário, sanitário para portadores de necessidades especiais, parque infantil e estacionamento. Rua da Peixaria, Praia do Porto de Guarajuba, distrito de Monte Gordo, Camaçari, tels. (71) 3674-0965, (71) e 9919-9606.