Se você é admirador dos clássicos da literatura brasileira, um dia tem de visitar a pequena Cordisburgo, distante 113 quilômetros de Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais. Berço de João Guimarães Rosa, a cidade ainda preserva a casa onde o escritor morou desde o seu nascimento, em 1908, até os 9 anos de idade, além de manter intactos a simplicidade de seus moradores e os cenários onde Rosa buscou inspiração para criar os seus deliciosos romances, novelas, contos, prosas…
Transformada em Museu Casa Guimarães Rosa em 1974, a antiga casa erguida nos séculos 19 e 20 foi reformada e agora abriga um fantástico acervo integrado por fotos, matrizes de xilogravuras usadas em volumes como Corpo de Baile (1956), espada, bainha e diploma da Academia Brasileira de Letras, rascunhos de trabalhos, máquina de escrever e outros objetos pessoais do médico, diplomata e escritor mineiro, autor de obras memoráveis, como Grande Sertão: Veredas.
Não muito distante do museu o Portal Grande Sertão é outro local que merece a sua visita. Criado pelo artista plástico e escultor Leo Santana (o mesmo que, entre outras, criou a escultura do poeta Carlos Drummond de Andrade que fica na Praia de Copacabana no Rio de Janeiro), é feito com uma chapa de ferro onde se destacam as imagens em bronze e em tamanho natural do escritor e de seis vaqueiros em seus cavalos, tendo à frente a cadela dos contos de Rosa.
Inaugurado em 2010 e concebido para ser uma extensão do Museu Casa Guimarães Rosa, o monumento reverencia a vida de vaqueiro que um dia o imortal decidiu vivenciar. Foi quando Rosa partiu e foi aprender na prática um pouco sobre o cotidiano, o modo de vida e a saborosa linguagem daqueles homens simples do sertão de Minas Gerais, temas sempre presentes no universo de suas obras.
O museu e o pórtico são alguns dos atrativos locais, mas não são os únicos. A exuberante natureza, com caprichados shows que intermitentemente se revezam diante do olhar, completa a lista de atrações. Entre os espetáculos que diariamente oferece aos visitantes está a Gruta de Maquiné, um dos principais postais da simpática cidadezinha mineira de menos de nove mil habitantes.
Descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné e somente aberta à visitação pública em 1908, a Gruta de Maquiné tem sete galerias e 650 metros de extensão, além de passarelas e trilhas bem iluminadas. Em seu interior, você vai poder testemunhar pinturas rupestres e os belíssimos salões do Trono e das Piscinas, por exemplo.
Imponente, o primeiro tem duas grandes formações do tipo cortina, enquanto o segundo exibe colunas calcárias que descem do teto como cachoeiras petrificadas. Distante pouco mais de seis quilômetros da cidade, a gruta tem acesso bem sinalizado. Funciona das 8 horas às 17 horas, oferecendo visitas guiadas com duração de 40 minutos. Ingressos custam menos de R$ 20.
Cordisburgo oferece ainda uma simples, mas boa infraestrutura de hospedagem, com charmosos hotéis e graciosas pousadas. Também abriga barzinhos e restaurantes com pratos típicos da excelente gastronomia mineira, além de lojinhas onde você pode comprar tentadores doces caseiros. Arte, natureza e boa comida são, por si só, um irresistível convite para conhecer a cidade. Boa viagem!
Para mais informações, acesse www.cordisburgo.mg.gov.br. Você também pode conferir o vídeo em www.eravirtual.org/rosa_br
SERVIÇO
Museu Casa Guimarães Rosa – Av. Padre João, 744, centro, tel. (31) 3715-1425. Funciona de terça-feira a domingo, das 9 horas às 17 horas. Cobra ingresso simbólico pela entrada.
Portal Grande Sertão – Av. Padre João, Praça Miguilim, sentido Curvelo, bem ao lado da Capela São José, outra concorrida atração de Cordisburgo.
Gruta de Maquiné – Via Alberto Ramos, Rodovia MG-231, km 7, Cordisburgo (MG), tel. (31) 3715-1078.