Por Fabíola Musarra
Para você, que é amante da França e de bons vinhos, aqui vai uma dica. Se for visitar o país, reserve uns dias para percorrer o roteiro dos vinhos da Borgonha, uma região que fica a duas horas e meia de Paris. Com um conjunto de pequenas áreas de terra (também chamadas de departamentos), o lugar é o berço da uva Pinot Noir, usada para produzir os vinhos tintos da região.
A Borgonha é referência quando o assunto é vinho. Ali se concentram alguns dos maiores produtores mundiais da bebida. Suas vinícolas são responsáveis por uma diversificada e prestigiada carta de vinhos, do Nuit-Saint-George, Chablis, Pouilly-Fuissé e Romanée-Conti ao Maconnais. Dos brancos e tintos suaves e refrescantes aos mais encorpados e sofisticados.
Comece seu roteiro na Route des Grands Crus de Bourgogne, o Champs Elysées de Bourgogne como os franceses costumam se referir à estrada que liga a cidade de Beaune a Dijon. São 45 km de vinhedos, caves, restaurantes e pitorescos vilarejos medievais.
Ao longo da estrada, ao sul de Dijon, ficam duas das principais áreas vinícolas da Borgonha: Côte de Nuits e Côte de Beaune. Juntas, formam a Côte d’Or (uma alusão ao solo dourado). Na primeira são produzidos tintos à base da Pinot Noir, enquanto na segunda estão os mais famosos vinhedos de Chardonnay do mundo.
Também conheça a Route des Vins du Maconnais/Beaujolais. Comece por Chalon-sur-Saône, próxima a Lyon. A cidade transborda história e oferece uma vista privilegiada das vinícolas do vale do Saône. As aldeias do Beaujolais abrigam caves onde você vai provar vinhos divinos, como o Brouilly, com sabores frutados de amora e cereja preta.
Já a capital histórica da região, Beaujeu, acolhe o polo enológico Les Sources du Beaujolais. Este local conta a história da região e do transporte do vinho e inclui uma loja de produtos regionais. Ainda nesta mesma rota visite Villié-Morgon e deguste um bom vinho na adega que fica no parque do palácio, no centro.
Em Chiroubles desfrute do lindo panorama em um “chalet du cru” (antiga casa de campo), saboreando os frutados chiroubles. Mais adiante você encontra os Romanèche-Thorins e o seu Hameau du Vin, concebido em homenagem à memória e riqueza da região e de seus vinhedos. Para experimentar os vinhos ali produzidos vá até a Casa do Pays de la Chapelle de Guinchay.
Em seguida, Chénas tem uma reputação de excelência. Sua adega cooperativa está instalada no Château de Chassignol que data do século 17. Também conheça Juliénas e suas belas adegas abobadadas.
Saint Amour é a última parada desta rota. Os vinhos ali fabricados são envelhecidos de sete a dez anos, apresentando aromas frutados de violeta, de aguardente de cereja, de cassis e de frutos vermelhos.
Não faltam viticultores na região. Aproveite que são bons de prosa e não vá embora sem conversar com eles. Com entusiasmo, os produtores vão revelar segredos de família e, sobretudo, compartilhar com você a paixão que têm pelo vinho. Tenha a certeza que essa experiência será tão saborosa quanto os vinhos que degustará no decorrer de sua viagem. Santé!