Ao contrário do que muita gente pensa, o arquipélago, geograficamente, não fica no Caribe. Mas, isso não tem a menor importância. Circundadas por um mar azulzinho, suas praias de areias de açúcar são simplesmente deslumbrantes. Elas já foram o lar de temidos corsários. Hoje, o país é seguro. Vibrante, pulsa vida e esbanja beleza.
Por Fabíola Musarra
Águas transparentes e areias branquinhas: cenários comuns das ilhas bahamenses. Foto: Buck Eye Beth/Segue Viagem
Capital das Bahamas, Nassau é a principal porta de entrada para este cinematográfico arquipélago situado entre Cuba e o Estado da Flórida, nos Estados Unidos. Com mais de 700 lindíssimas ilhas, o país banhado pelas águas azuis-turquesas do Oceano Atlântico é a casa de 340 mil pessoas. Sua língua oficial é o inglês, país europeu de quem herdou o idioma, parte do passado ainda recente de sua história e influências culturais, gastronômicas e no modo de pensar de seus habitantes.
A moeda oficial das Bahamas, o dólar bahamense, está ancorada ao dólar norte-americano, com uma paridade de um para um. Por isso, o país não é um destino muito barato, especialmente para os turistas brasileiros. Mas, tudo é uma questão de planejar a viagem e as finanças. No Brasil, a maioria das operadoras e agências turísticas oferecem pacotes para lá parcelados em várias vezes sem juros, tornando a visita ao país mais acessível e viável.
A partir de Nassau é fácil chegar às ilhas do arquipélago e as suas 2.000 cayos, pequeninas ilhas rasas que se formam ao redor dos recifes de corais. O país possui 32 ilhas povoadas, das quais 16 delas oferecem completa infraestrutura turística. É possível chegar até elas por via aérea ou marítima, inclusive por meio de ferryboats, vivenciando experiências únicas e inesquecíveis.
Na hora de se hospedar, não faltam opções. Você pode escolher entre um hotel cinco estrelas, resorts all-inclusive nas principais ilhas ou optar por pequenas pousadas nas praias desertas do arquipélago. Estas últimas são ideais para nadar com os golfinhos, fazer trilhas, jogar golfe à beira-mar e praticar pesca esportiva, vela, esqui e canoagem, entre outros esportes aquáticos.
Se você gosta de fazer compras, saiba que nas ilhas bahamenses os produtos são isentos do pagamento de impostos, saindo bem mais em conta. As Bahamas possuem diversas lojas Duty Free, identificadas pelo logo DF, onde é possível encontrar grifes conhecidas mundialmente, joias, perfumes, lençóis finos e relógios suíços por um excelente preço, além de peças assinadas por designers, objetos de arte e o autêntico artesanato produzido no país.
Na capital Nassau, a Bay Street é o endereço de marcas famosas como Louis Vuitton, Prada, Fendi e Gucci. Próximo a ela, no Straw Market, você pode encontrar de tudo, desde objetos do artesanato nativo, camisetas e bijuterias a modelitos para ir à praia, incluindo bonés, chapéus e batinhas despojadas. Na mesma pegada existe o Centro Comercial de Port Lucaya, em Grand Bahama.
O colorido artesanato comercializado nas lojinhas do Straw Market. Foto: Aweinclusive
Se você é daqueles que gostam de aprender um pouco sobre o destino que vai visitar, uma curiosidade: mais da metade da população das Bahamas tem o sobrenome Rolle, legado do inglês Dennis Rolle, presenteado pela corte britânica no século 18 com mais de 2.800 hectares de terras bahamenses. Além da arquitetura e do sobrenome, outra herança dos ingleses preservada até os dias atuais é a direção dos carros, mantida sempre à direita dos veículos.
As águas mais profundas das ilhas são o lar de corais e de uma vibrante vida marinha. Foto: Caribbeanwarehouse
Influências britânicas à parte, saiba que a deslumbrante natureza e riquíssimas fauna marinha e flora das Bahamas merecem mesmo ser conhecidas. Os multicoloridos recifes de corais que se espalham ao longo de sua costa já serviram muitas vezes como cenário de filmes, incluindo alguns protagonizados pelo emblemático James Bond. Personagem inglês, é claro!
O clima tropical e temperado que impera o ano todo em suas ilhas, com temperaturas que variam entre 26ºC a 32ºC, é outro ponto alto do país. Tudo isso e muito mais fazem das Bahamas o point preferido por dez entre dez amantes de mergulho, especialmente para os que curtem observar bem de perto a pulsante vida marinha. Corrigindo: leia, os idílicos aquários naturais que povoam as águas do país.
Nadando com raias em águas que são um verdadeiro aquário. Foto: Bluegreen Vacations
O sol, a privilegiada natureza, as praias de águas translúcidas e azulzinhas, os 23 quilômetros de barreiras de corais, os peixes coloridos e as tartarugas do arquipélago são mesmo imperdíveis para quem pratica o snorkeling, para quem as ilhas das Bahamas também oferecem surreais cenários para mergulhos ao lado de golfinhos e de tubarões (especialmente, se você é mais radical e destemido).
Golfinhos, os dóceis habitantes que vivem nos mares das Bahamas. Foto: TravelBuenaVista
Outra estrela do país é a gastronomia. Seus pratos típicos recebem toques creoles e são à base de peixes e frutos do mar, como os preparados com lagostins, lagosta e conch, um molusco temperado com suco de limão e especiarias. Assado ou frito, também é servido em sopas, ensopado, no vapor e até mesmo cru. Para quem gosta de doce, a dica são os pudins, preparados com passas e cerejas, com goiaba…
Salada de conch, um dos pratos mais típicos do país. Foto: El Caribe
Quanto às bebidas, destaque para o rum, sobretudo, os da cubana Bacardi, marca que se instalou no país durante a revolução castrista. E também para os do rótulo Ron Ricardo. Os drinques de rum, como o coquetel Pássaro Amarelo e o ponche Goobay, costumam ser degustados após as refeições. Preferência nacional também é a cerveja Kalik, presente em todos os cantos.
O efervescente Bacardi Store Bar Lounge, em Nassau. Foto: TripAdvisor
Piratas do Atlântico – Impossível falar das Bahamas sem mencionar Nassau. A ilha fica na New Province Island e é o vibrante centro cultural e comercial do país, além de sua cidade mais populosa – tem aproximadamente 250 mil habitantes, o equivalente a 70% da população. Além do turismo, o setor financeiro também movimenta a economia do arquipélago. Considerado um paraíso fiscal devido às baixas taxas tributárias que ali são praticadas, atrai investidores do mundo todo.
Casas multicoloridas, um charme a mais das Bahamas. Foto: Natalie Lyon/Pinterest
A cosmopolita metrópole tem praias de água turquesa e de areia branquinha. Efervescente, é, sobretudo, um cantinho de sol, sonho e glamour que encanta a todos com seu charme arquitetônico colonial inglês – recebe quase 1,5 milhões de turistas por ano. A história da ilha é fascinante e remete à a era de ouro dos piratas – Barba Negra (Edward Teach, era o seu nome de batismo), o lendário pirata inglês impactou fortemente o passado de Nassau.
Fachada do British Colonial Hotel, na capital das Bahamas. Foto: Divulgação
O British Colonial Hilton foi construído no local da antiga casa do impiedoso pirata britânico e ainda preserva uma réplica do poço que forneceu a água para ele. Fundada por ingleses em meados do século 17, a cidade, por muitos anos, foi um paraíso para os piratas como Thomas Barrow e Benjamin Horniglod, chefes que chegaram a proclamar Nassau uma república pirata, estabelecendo-se como governadores.
Aos dois “governantes”, posteriormente, se juntaram outros corsários. Entre os quais, Charles Vane, Calico Jack Rackman, Bartholomew Roberts, Stede Bonnet e o infame, temido e mais famoso deles, o Barba Negra. Sem preconceitos e discriminação, a capital das Bahamas também foi o lar de mulheres piratas, como Anne Bonny e Mary Read.
Vista dos cruzeiros que aportam em Nassau a partir do deck do British Colonial Hotel. Foto: Divulgação
Porém, nem só os piratas governaram Nassau. Ela também passou pelas mãos de franceses e espanhóis (em 1703, as forças aliadas dos dois impérios conquistaram e ocuparam brevemente a cidade). Em 1718, os Ingleses nomearam o capitão Wood Rogers como governador real, retomando o comando da ilha. Rogers conseguiu expulsar os piratas, reformou a administração e restaurou o comércio, promovendo o desenvolvimento da ilha e a reconstrução do forte.
Se você ainda não sabe, a metrópole bahamense foi protegida pelo Old Fort Nassau, concebido para proteger o porto e a cidade de eventuais invasões. O forte foi construído por volta de 1697, demolido 200 anos depois e novamente reconstruído no século 18 – hoje, resquícios de suas antigas muralhas ainda podem ser vistas nas proximidades do British Colonial Hotel.
A Escadaria da Rainha também conhecida como “66 passos”, foi escavada em pedra calcária por escravos entre os anos de 1793 e 1794.
Coração da cidade – Importante marco da história da ilha, as ruínas do forte não são, contudo, a sua única atração. A encantadora Nassau abriga ainda a escada da rainha com seus 66 degraus, casas coloniais e antigas mansões. Downtown é o centro onde tudo acontece por lá. Milhares de pessoas diariamente visitam a região, onde fazem compras, comem, passeiam ou simplesmente desfrutam do clima gostoso e descontraído da cidade.
A parte mais movimentada da região central é a Marginal Bay Street e o Woodes Rogers Walk, localizado em frente ao Porto de Nassau e paralelo à marginal. Essa área estende-se por vários quarteirões e começa em West Bay, próximo a Junkanoo Beach. O British Colonial Hilton marca o início da Bay Street. Nele, ficam as ruínas do antigo forte e a réplica do poço de Barba Negra. Do outro lado do hotel está o Museu Piratas de Nassau.
Em Nassau, o Museu dos Piratas mostra como era a vida nas ilhas nos tempos dos corsários. Foto: Meu Mundo
Os próximos quarteirões da Bay Street são habitados por butiques, lojas, restaurantes, bares e badalados clubes e casas de shows. Atrações históricas também estão espalham-se pelas proximidades do centro, incluindo a Câmara Vendue e a Christ Church Anglican Cathedral, erguida no lugar onde ficava a primeira igreja de Nassau em 1670 e transformada em catedral em 1861.
Christ Church Cathedral, erguida no lugar onde ficava a primeira igreja de Nassau
Bem próximo de lá, o mercado de palha é outro lugar bem concorrido. Após o incêndio de 2001, foi reconstruído com um novo olhar, mais moderno. É integrado por quatro seções, das quais as principais são dedicadas ao artesanato em palha, carro-chefe e símbolo da cultura e da indústria do país – cada ilha do arquipélago produz a sua própria trama e tem um estilo de trançado distinto para criar chapéus, bolsas, cestas…
Bonecas feitas em palha, item básico do artesanato das Bahamas. Foto: The Culture Trip
Além de peças artesanais em palha, o mercado também comercializa itens, como esculturas em madeira, tecidos pintados à mão, tapetes e berloques, só para citar alguns. Fica ao lado do Porto de Nassau. Os vendedores de suas barraquinhas são sorridentes, extremamente amigáveis e estão sempre dispostos a negociar custos. Por isso, aproveite e pechinche mesmo!
A palha é o símbolo da cultura e da indústria do país – cada ilha do arquipélago produz a sua própria trama e tem um estilo de trançado distinto para criar o seu artesanato. Foto: 10Best
Ritmos e agitos – Já Cable Beach é o endereço de alguns suntuosos empreendimentos de Nassau, assim como também é Paradise Island, ao Norte e ligada à cidade por duas pontes. Nessa praia de areias douradas da capital das Bahamas estão cinco hotéis, dois dos quais são all-inclusive. Nela também estão o Casino Crystal Palace e diversos restaurantes, sendo que a maioria deles está localizada nos hotéis e em suas imediações.
Sala de jogos do Casino Crystal Palace, um dos endereços em Cable Beach onde é possível arriscar a sorte. Foto: Divulgação
Se o assunto é cassino, Nassau possui dois dos maiores da América Central: o Atlantis e o recém-inaugurado Bahamas, onde as atividades se estendem pelas 24 horas do dia! Com animados clubes noturnos, disponibilizam ambientes acolhedores onde, além de dançar, você pode saborear os melhores coquetéis e bebidas da cidade.
O Atlantis, em Nassau, é um dos maiores cassinos da América Central. Foto: Divulgação
Então, aproveite o cair da noite e para curtir a música e tomar drinques em bares e nas casas de shows, tentar a sorte em um cassino ou simplesmente desfrutar do luar e do calor de uma fogueira na praia. Nassau, é um centro de cultura fascinante, uma cidade diversificada onde você pode curtir um dolce far niente em uma de suas praias, saborear caranguejo frito ou dançar ao som do calipso.
O Señor Frogs, no centro de Nassau, é um bar tipicamente bahamense. Serve refeições no almoço e jantar. À noite, vira um point dançante. Foto: Douglas Sawaki
Embora incorpore gêneros musicais caribenhos, como o calypso de Trinidade e Tobago, e o reggae jamaicano, a manifestação mais típica do país é o junkanoo. O ritmo é tocado por bandas em tambores e sinos de vaca, sobretudo, em um carnaval de rua, com direito à fantasia. A celebração acontece em 26 de dezembro e no primeiro dia do Ano Novo. Foi “criada” por John Canoe, um escravo africano (no Natal, os escravos tinham alguns dias de férias e deixavam as plantações).
Por fim, uma última dica: saiba que é muito simples fazer um tour por Nassau. Você pode alugar um carro (lembre-se que o tráfico está ao lado esquerdo), tomar um táxi ou um ônibus, uma excelente maneira de conhecer a ilha a um custo mais econômico. Vibrante, divertida e segura, a cidade recebe os turistas com o jeito amigável e caloroso, típico dos nativos das Bahamas.
Nassau oferece essas e muitas outras incríveis experiências aos turistas, como visitas a museus, prédios históricos e tours pela cidade, por exemplo. Não é tudo. Tem excelente infraestrutura de serviços e hospedagem. Seu porto serve de escala para cruzeiros e seu aeroporto internacional, situado a cerca de 16 quilômetros a oeste do centro da cidade, é o principal e o mais frequentado do país. Com tudo isso, você ainda precisa mais? Embarque nessa aventura e divirta-se!
SERVIÇO
Localização – Geograficamente, as Bahamas não estão no Caribe, assim como Turks e Caicos e as Bermudas, já que o Caribe é limitado ao Sul por Cuba, pela Ilha Espanhola e por Porto Rico, e a Oeste, pelas Antilhas, onde estão Dominica, Barbados e diversos pequenos países e territórios.
Sistema político e influências – Descobertas e “deixadas de lado” por Cristóvão Colombo em 1492, quando o navegador genovês seguiu para explorar outras ilhas da América, as Bahamas passaram para o domínio britânico no século 17. Além dos colonizadores ingleses e dos invasores espanhóis e franceses, as ilhas bahamenses serviram de base para os norte-americanos durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775/1783).
Em 1833, com a abolição da escravidão na Inglaterra (o tráfico de escravos já havia sido extinto no Império Britânico em 1807), muitos escravos africanos, incluindo os dos navios negreiros, foram levados para viver lá. Assim, o arquipélago também recebeu e tem visíveis influências dos lealistas estadunidenses e, sobretudo, das etnias africanas. Hoje, as Bahamas são um país independente, membro do Commonwealth, tendo o monarca britânico como chefe de Estado.
Fuso horário – No horário normal, uma hora a menos em relação ao horário de Brasília. De abril a outubro entra em vigor no arquipélago o horário de Verão e a diferença passa a ser de duas horas a menos em relação ao horário de Brasília.
Requisitos de entrada – Turistas da América Latina não precisam ter o visto de entrada, mas têm de apresentar obrigatoriamente o passaporte com validade mínima de seis meses, as passagens de ida e de volta comprovando os fins turísticos e o certificado internacional de vacina contra a febre amarela.
Melhor época para ir – O clima é quente e agradável o ano todo, porém o período mais “fresquinho” é entre maio e setembro, quando as temperaturas médias giram em torno de 21ºC e 24ºC.
Como chegar – Não há voos diretos entre o Brasil e as Bahamas. O principal aeroporto de entrada no país é o de Nassau, servido pela Copa Airlines, que parte de São Paulo e Rio de Janeiro com conexão na Cidade do Panamá. O terminal de Freeport recebe voos vindos Estados Unidos. Os pacotes turísticos com voos charters são outra opção. Normalmente, eles incluem o traslado e a reserva do hotel.
Quem leva – New Age Tour Operator (www.newage.tur.br), Sanchat Tour (www.sanchattour.com.br) e CVC Viagens (www.cvc.com.br).
Para saber mais, acesse: www.bahamas.com, @voceaindanaoviutudo (Facebook), @bahamasbrazil (Twitter) e #ItsBetterInTheBahamas.