Santo Domingo – República Dominicana

ENTRE O RUM E O MERENGUE

Famosa pelo rum e merengue, a República Dominicana é um país de praias paradisíacas, sol o ano todo e com muitas histórias para contar

Por Fabíola Musarra 

Capital da República Dominicana, Santo Domingo é a cidade mais antiga do Novo Mundo. Conhecer este país na Ilha Hispaniola, território que divide com o Haiti, é muito mais do que um sonho: é conviver com exóticos cenários naturais e, ao mesmo tempo, passear pela história, mergulhar na época das expansões marítimas e das navegações espanholas dos séculos 15 e 16, testemunhando o ¨nascimento¨ da América. Afinal, foi a primeira ilha descoberta por Cristovão Colombo, em 1492.

Situada no mar do Caribe, a República Dominicana é a segunda maior ilha caribenha (a primeira é Cuba). Com 1.288 km2 de costa e calor o ano todo, essa terra famosa pelo rum e merengue é encantadora. Do incessante show de cores que passeia e magnetiza o olhar ao clima privilegiado, do sol que brinca nas areias de suas encostas, tornando-as ora de um branco intenso que castiga os olhos, ora douradas confundindo-as com o pôr-do-sol. Tudo lá hipnotiza e seduz.

Mas o país não é só natureza. É também palco onde a moderna arquitetura convive com a colonial, e gigantescas redes hoteleiras contrastam com as rústicas casas de pescadores. Nas ruas de suas principais cidades, glamorosos cassinos e a agitada vida noturna contracenam com a simpatia de sua gente, pessoas solícitas que se orgulham de sa tradição histórica.

 NA TERRA DOS TAINOS 

 Os charutos dominicanos merecem destaque. Eles são vendidos em unidades, carteiras e em sofisticadas caixas de madeira, e o preço de uma unidade pode variar de US$ 1 a US$ 50. O Arturo Fuente e o León Jimenes são marcas mais caras, enquanto o Cohiba é bem popular. Mas há charutos para todos os paladares, de açucarado ao apimentado, dos suaves aos fortes.

Por todo país pipocam fábricas de tabaco, como o charuto é conhecido por lá. Das de grande porte às caseiras, elas são uma atração à parte e merecem uma visita para ver como o produto é feito. Também no Museu do Tabaco é possível conhecer antigas ferramentas usadas na confecção do charuto, incluindo os métodos artesanais empregados na época dos tainos, índios que viviam no país antes da chegada de Colombo. O museu fica em Santiago de los Caballeros. Situado no noroeste do país, dista cerca de 250 km da capital dominicana.

Na mesma região, a dez minutos da vizinha província de Puerto Plata, encontra-se Sosúa, um povoado de praias idílicas. A cidade era uma pequena aldeia que serviu de destino para refugiados judeus durante a perseguição nazista. Sosúa concilia luxuosos resorts e intensa vida noturna com a quietude de uma praia de pescadores.

 

A PEDRA DO AMOR 

Nem só de charuto vive o país. Essa república presidencialista também possui o âmbar e o larimar, duas pedras semipreciosas. Abundante na costa norte do país, o primeiro é uma resina fóssil translúcida, dura, amarelo-pálida, que muitas vezes guarda fósseis de plantas e insetos em seu interior. Dizem que propicia saúde e protege contra as vibrações negativas.

Já o larimar é a pedra nacional. Ele é azul como mar, em seus variados tons, sobretudo o turquesa. Às vezes, apresenta rajadas de verde-jade e branco. Os dominicanos asseguram que a pedra atrai sorte no amor. Embora sua cor lembre a do mar, trata-se de uma gema nascida das entranhas da terra, na Serra de Bahoruco, na região sudoeste da República Dominicana.

As duas pedras surgem nas mais variadas versões: em brincos, pingentes, chaveiros, anéis e objetos de decoração. Em ouro, prata ou outro metal. Podem ser compradas nas inúmeras lojas de artesanato do país, inclusive nas dos hotéis e resorts. Esses estabelecimentos vendem desde pinturas em óleo de artistas locais e máscaras indígenas até a mamajuana, uma garrafada que é afrodisíaca. Ela pode ser ingerida pura, com vinho ou rum, e faz qualquer um transpirar muito.

Já o artesanato nativo inclui bolsas, cintos, chapéus, colares, tudo sempre muito colorido. Entre as dezenas de produtos, as bonecas. Elas são de diferentes tamanhos, trajes, tipos, mas não têm feições. O motivo? Os dominicanos dizem que o país deles é multicultural, onde pessoas de vários países convivem. Daí a razão de suas bonecas não terem traços fisionômicos, pois a ausência deles expressa todos os povos que ali vivem.

PASSEIO PELA HISTÓRIA

Geralmente, os pacotes para a República Dominicana incluem vôos fretados, com hospedagens de sete dias em hotéis de Santo Domingo ou em resorts all-incluse (tudo incluso) de Punta Cana, uma das mais paradisíacas praias do país. Em qualquer desses dois destinos, não faltam atrações. Na capital dominicana, por exemplo, as opções vão de desde tentar a sorte em um de seus charmosos cassinos até conhecer o centro velho da cidade.

Nele, Santo Domingo esconde um precioso tesouro: a Zona Colonial, uma área ladeada por um muro construído em 1502. Impossível visitar o lugar sem reviver a descoberta e a colonização da América pelos espanhóis. Imponente, a estátua de Cristovão Colombo ali permanece como a lembrar a importância desta cidade, que foi declarada patrimônio histórico e cultural da humanidade pela Unesco, em 1990.

Os dominicanos, aliás, se orgulham por Santo Domingo ter sido a primeira capital do Novo Mundo, e por ela possuir a primeira igreja (a Catedral Santa Maria a Menor) das Américas, a primeira casa (hoje um suntuoso hotel), a primeira rua… Ao todo, essa área da capital reúne mais de 300 monumentos coloniais, incluindo o Farol de Colombo, onde o navegador genovês estaria enterrado – Sevilha (Espanha) também afirma guardar os restos mortais do Descobridor da América.

A Zona Colonial preserva ainda os paralelepípedos das antigas ruas, as ruínas de um forte e o castelo onde morou dom Diego Colombo, o filho do genovês. Hoje, a edificação é um museu. Também é ali que fica o Panteão Nacional. Inaugurado em 1959, abriga os restos mortais de celebridades e de vários ex-presidentes do país.

À noite, o passado se integra ao presente. E a Zona Colonial vira um point de agito. Construções do início do século 20 acolhem restaurantes e bares. Músicos passeiam por suas mesas, que são dispostas nas calçadas. O repertório deles é eclético, de antigos sucessos internacionais aos ritmos típicos do país: o merengue e a bachata, que são tocados com acordeões, tambores e güiras (um instrumento dominicano). Embora a bebida nacional seja o rum (o mais famoso é o Brugal), nas mesas impera a Presidente, a cerveja dominicana.

A FÚRIA DO CARIBE 

Com quase três milhões de habitantes, Santo Domingo também tem uma faceta cosmopolita. Sua exótica paisagem sempre pontilhada por palmeiras abraça uma cidade efervescente, repleta de diversão, dos modernos shopping centers aos bucólicos parques, com destaque para o Três Olhos, uma caverna ao ar livre, com três lagoas cristalinas, a 15 metros abaixo do nível do mar.

O corredor transparente do Aquário Nacional permite passear pelo fundo do mar ao lado de multicoloridas espécies de peixinhos, enquanto a galeria é uma construção cilíndrica onde acontecem rinhas de galos. Há, ainda, uma quantidade enorme de museus, entre eles o Nacional de História e Geografia, o do Âmbar e o das Casas Reais.

Embora a orla permanentemente tingida de azul-turquesa seja um dos mais deslumbrantes cartões-postais de Santo Domingo – o mar acompanha o caprichoso vaivém das correntes oceânicas, desenhando paisagens únicas em suas encostas –, ela não é própria para banhos. Em toda a sua extensão, não há praias e a fúria do Caribe explode nas rochas, que funcionam como um muro, impedindo que o mar invada a cidade.

Assim, a alternativa é ir às praias mais próximas – ficam a uns 30 minutos de carro da capital. A pequenina Caribe, Boca Chica, com piscinas naturais de água quentinha, e Juan Dolio, com suas casinhas de madeira, são algumas delas. Nessas praias, como em outras do país, uma curiosidade: o topless, praticado geralmente por turistas.

OÁSIS DE CORAIS 

A República Dominicana é muito mais que Santo Domingo e o seu incontável número de atrativos. Na costa leste, a província de Higuey acolhe sete praias cinematográficas: Uvero Alto, Macao, El Cortecito, Cabeza de Toro, Cap Cana, Bávaro e Punta Cana. São 50 quilômetros de puro encantamento e magia.

As areias branquinhas como o açúcar, palmeiras e águas translúcidas desse paraíso dominicano sediam as principais redes de hotéis e resorts do mundo, como os situados nas badaladas praias de Bávaro e Macao. Como uma minicidade, esses empreendimentos all-incluse dispõem de simpáticos ônibus (lembram os antigos escolares norte-americanos). Eles circulam dentro dos resorts, transportando os hóspedes para os chalés, bares, restaurantes, piscinas, lojas, quadras esportivas e de golfe.

Em Punta Cana encontram-se mais de 35 complexos hoteleiros (por lei não podem ultrapassar a altura de uma palmeira), incluindo o top Paradisus Palma Real, que hospeda astros e estrelas do jet set internacional. Apesar de ser o lugar mais visitado do país, o turismo ali vem sendo feito de forma planejada, preservando a natureza, sobretudo as matas virgens que são o hábitat de várias espécies de animais e pássaros. Em sua praia, é comum a prática de esportes náuticos (barcos, jet ski e windsurfe), além do mergulho, muito procurado nesse oásis pontilhado por corais.

Como Punta Cana, as demais cidades dominicanas são de uma beleza escandalosa. Sonho de consumo de muitos, o Caribe é de fato um refúgio paradisíaco do planeta. Na imensidão de seu azul-turquesa, mora a República Dominicana, uma ilha mágica cuja porta é um sedutor convite para entrar e viver dias inesquecíveis.

PERFIL

Nome: República Dominicana
Capital: Santo Domingo de Guzmán
Fronteiras: Limita-se com o Oceano Atlântico (norte), Mar do Caribe (sul), Canal da Mona (leste) e com o Haiti (oeste).Festa nacional: 27 de fevereiro, quando se comemora o Dia da Independência.População: 8.721.594 habitantes.
Religião: Catolicismo 95 %. Outras 5%.
Moeda: Peso dominicano (1 US$ = RD$ 32,00)
 
PARA SABER MAIS:
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

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