Cruzeiros permanecem em terra. Pelo menos até julho.

A exemplo das companhias aéreas, o setor de cruzeiros marítimos foi um dos mais afetados pela pandemia de Covid-19. Logo no surgimento da doença e sob a alegação de se constituírem em ambientes propícios à disseminação do coronavírus, os navios ficaram parados em portos de diferentes cidades, onde tiveram de amargar enormes prejuízos: as ações da Norwegian Cruise, Carnival Cruise e Royal Caribbean – as três maiores armadoras do mundo – desabaram 80%.

Cruzeiros da Carnival Cruise seguem suspensos. Foto: Divulgação

 

Apesar de toda a crise e passados quase três meses de isolamento, as empresas marítimas acreditam que já estarão com metade de suas frotas navegando no segundo semestre deste ano. A Carnival antecipou que pretende voltar a operar seus cruzeiros em agosto em três portos dos Estados Unidos: Miami, Porto Canaveral e Galveston (Texas), com oito dos seus 27 navios. O restante das embarcações deverá permanecer parada pelo menos até setembro.

Também a Norwegian prevê um retorno gradual às atividades, inicialmente navegará com seis de seus 28 navios, adicionando até seis embarcações na operação a cada mês. Contudo, é bom lembrar que tanto as duas como todas as demais armadoras somente poderão atracar em portos norte-americanos após obterem a permissão do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, que proibiu a navegação das grandes embarcações pelo menos até o fim de julho, com possibilidade de adiar o prazo.

O Norwegian Sun navega em Tortola, Ilhas Virgens Britânicas, antes da  pandemia. Foto: Divulgação

 

Ressarcimento – No Brasil, algumas armadoras como a MSC Cruzeiros e a Costa Cruzeiros já apostam em uma data para a retomada das operações de seus navios para a temporada 2020-2021: o próximo dia 31 de julho. Mas, como as demais companhias marítimas, a decisão de retomar as atividades dependerá de dois fatores: da permissão dos governos de cada país para a reabertura dos portos e das restrições que ainda poderão estar em vigência para a circulação de pessoas devido à pandemia de Covid-19.

Enquanto a retomada das navegações ainda está sendo planejada, os passageiros que já haviam comprado um cruzeiro antes da proliferação do vírus não serão prejudicados.  A Costa informa que o passageiro afetado pela suspensão de seu cruzeiro poderá utilizar o valor pago como crédito até o dia 31 de março do ano que vem para agendar um novo cruzeiro com embarque até 30 de novembro de 2021.

De acordo com a armadora, o passageiro terá ainda direito a receber um crédito, a ser utilizado a bordo, no valor de R$ 400 por cabine (para cruzeiros de uma a cinco noites), R$ 800 por cabine (cruzeiros de seis a nove noites) e R$ 1.200 por cabine (cruzeiros acima de dez noites). Também a MSC assegura que os clientes afetados pelos cruzeiros cancelados receberão um Crédito de Cruzeiro Futuro (FCC).

O MSC Preziosa, da MSC Cruzeiros. Foto: Divulgação

 

Com o FCC, os passageiros poderão transferir o valor total pago pelo cruzeiro cancelado para um futuro cruzeiro de sua escolha até o final de 2021, em qualquer navio, em qualquer itinerário.  Além disso, ao iniciar o novo cruzeiro, os hóspedes receberão um crédito a bordo de EUR/USD 100 a EUR/USD 400 por cabine, dependendo da duração do cruzeiro original.

Independentemente da data prevista para a retomada gradual das operações (acredita-se que, depois disso, demorará pelo menos seis meses para que toda a frota das empresas voltem a navegar), as armadoras já anunciaram que os cruzeiros, pelo menos em um primeiro momento, não voltarão a navegar pelos mares como faziam até recentemente: o número de frotas será bem reduzido e o controle de passageiros, a higienização das embarcações e os cuidados quanto à prevenção da proliferação do Covid-19 serão ainda mais rigorosos.

 

Foto do destaque: O novíssimo Norwegian Cruise Encore, inaugurado em 2019. Crédito: Divulgação

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