Por Fabíola Musarra
Conhecer Lisboa, a capital de Portugal, é tudo de bom. O país que somente há pouco tempo passou a ser oferecido como destino turístico, reúne arte, história, poesia, excelente gastronomia e várias atrações espalhadas ao longo de seus quase 700 quilômetros de extensão (é um país pequenino). Como tentação extra, é relativamente barato para os brasileiros, especialmente se comparado a outros países da Europa.
Ocupando 16% da Penísula Ibérica, que geograficamente divide com a Espanha, Portugal tem como capital Lisboa. A cidade fica na foz do Rio Tejo, tem lindas praias, florestas, amplas avenidas, antigos bairros recuperados com arrojo e monumentos históricos, muitos deles denunciando vestígios das invasões romanas e mouras, outras do tempo dos Descobrimentos. Aqui e ali, um irresistível aroma, doce ou salgado.
À noite, não poderia faltar o fado, a canção genuina de Lisboa (os de Coimbra ou de outras regiões do país são bem diferentes). Muitas casas apresentam shows com fadistas. Acompanhado por guitarras, os fados cantam a alma desse povo, contando histórias sobre amores não correspondidos e sobre o mar (Oceano Atlântico) em torno do qual se reúne todo o povo português: falam, por exemplo, da dor e saudade da despedida feita no porto e da tristeza de quem nele aguarda a chegada de alguém que nem sempre volta.
Como a capital italiana de Roma, Lisboa foi erguida e se desenvolveu sobre sete colinas, de onde sempre se tem um bairro para ser desvendado. Visitar seus bairros históricos (muitos deles ficam no centro) é obrigatório para quem deseja conhecer um pouco da cultura, história e arquitetura portuguesa. Típico e popular, o Bairro Alto é um dos que merecem sua visita. Tem um comércio diferenciado, muitos bares, restaurantes e livrarias, que podem ser conhecidos a pé (a circulação de veículos foi proibida nele desde os anos 80).
Vizinho a ele, fica o Chiado, ponto de encontro de jovens, intelectuais e artistas. Ali pertinho fica o Carmo, onde você pode conhecer as ruínas do Convento e a Igreja do Carmo, além do Museu do Carmo, com seu incrível acervo de peças pré-históricas, romanas, medievais, manuelinas, renascentistas e barrocas. Sua ligação com a Baixa é feita pelo centenário Elevador da Justa. Ainda lá do alto, você poderá apreciar o traçado de reconstrução da Baixa Pombalina, feito à mando do Marquês de Pombal, após Lisboa ter sido destruída por um terremoto em 1755.
Após descer, conheça o centro comercial da cidade (a Praça do Comércio e seu imponente Arco da Augusta, inspirado no Arco do Triunfo, a Rua do Ouro, da Prata), a Avenida da Liberdade e a Praça do Rossio, próxima de imperdíveis restaurantes e repleta de burburinho. Na terra em que viveu o poeta Fernando Pessoa, você tem de degustar o bacalhau, que ali é servido de diferentes jeitos e formas, mas sempre regado pelo excelente azeite português.
Você também não pode deixar de experimentar os vinhos portugueses, sobretudo os produzidos a norte do Douro e, é claro, o tradicional vinho do Porto. Vale lembrar que a vinicultura é um dos pontos fortes da economia desse país essencialmente agrícola. Prove ainda os pães e doces (pastel de Santa Clara, fios de ovos e cabelos de anjo, por exemplo), um dos últimos legados da ocupação dos mouros em Portugal, que surgem das mais variadas formas e especialidades regionais, como os Dom Rodrigo do Algarve.
Depois da refeição, prossiga sua visita à cidade. No alto de uma de suas colinas encontra-se um dos mais belos cartões-postais de Lisboa, o Castelo de São Jorge, que foi transformado em palácio real pelo do rei Afonso Henriques após ele ter reconquistado Lisboa dos mouros, em 1147. Outro ponto turístico de Lisboa é o Mosteiro de Jerônimo, apontado como obra-prima do estilo manuelino. Por ordem do rei Dom Manuel I, sua construção começou em 1501 e só foi concluída cerca de cem anos depois. Em 1907, foi declarado Monumento Nacional e, em 1984, foi classificado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Aproveite que um pouco adiante dessa larga avenida fica a Torre de Belém, esta última começou a ser construída na época dos Descobrimentos, diante da necessidade imperativa de o país se defender e quando dali partiam as navegações para descobrir novas rotas e terras. Foi erguida em homenagem ao santo padroeiro da cidade, São Vicente. Ficou pronta em 1520. Desde 1983, integra a lista de Patrimônio Cultural da Humanidade, da Unesco.
Mas essas são apenas algumas das atrações desse encantador país, que tem sob sua alçada os arquipélagos da Madeira e Açores, as ilhas de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique (todas na África) e Timor (Oceania). Portugal que concilia incontáveis contrastes, mas que ainda é uma lição de sonho e tradição, como diria a letra de um de seus mais famosos fados.